Home > News & Blog > Simplificando a fabricação de eletrônicos no Brasil
Estamos de volta com a segunda parte do podcast. Em um mundo onde os produtos eletrônicos são cada vez mais importantes, o Brasil emergiu como um participante significativo no setor global.
Neste podcast, Diesley se reúne com Guilherme, um experiente profissional brasileiro da área de eletrônicos, para explorar as histórias e os insights por trás do crescimento dos produtos eletrônicos no país.
Na segunda parte, Guilherme continua a compartilhar suas percepções de sua carreira de 13 anos no setor.
Guilherme: Um outro problema que eu vejo recorrente, e esse também, estou falando de recorrente de 10, 12, 14 anos, é material que está enfitado em carretel de SMD, e quando você pega o carretel de SMD, ele é composto por um carrier tape e uma fita que ela serve para tapar o componente. Uma fita seladora. Uma fita de selagem, exato.
Às vezes essa fita de selagem está com uma aderência muito forte, ou às vezes ela está com baixa aderência. E o que isso causa? Quando ela está muito forte, e aí você tem um processo automático na máquina de SMD que puxa a fita. Se a aderência está muito forte, a máquina puxa, a fita não vem, ela quebra. Na hora que ela quebra, os componentes vão para todos os lados. Então, se perde o componente eletrônico, se danifica o componente eletrônico, o processo para. O que a gente faz? A EPS tem a solução de trocar 100% do processo de selagem. Então, a gente devolve o componente para o cliente, seja se estiver muito selado ou com pouca selagem.
Com pouca selagem, o que acontece? Pode atrapalhar também no processo. Eu diria até de Asley que é pior, porque quando está com pouca selagem, o que acontece? O módulo de falha, a máquina começa a puxar um pouquinho e já sai um monte. Aí cai um monte de componente. Aí o cliente não pode fazer nada. Nos dois casos, a EPS tem a solução de recelar. Não só recelar, mas fazer a embalagem de forma adequada, cartão de umidade, dessecante silica gel, fazer o baking se necessário, e mandar de volta para o cliente de forma rápida. Ou seja, ele não impacta a produção dele, ele não tem problemas de qualidade, ele traz segurança e confiabilidade para o processo dele.
Diesley: Legal. Então, nesse caso, não só toda a parte de serviço e de componentes, de peças também, no caso a carrier tape, vocês podem fornecer também, no caso, a fita seladora, é isso?
Guilherme: Sim, sim. Nós também fazemos hoje o processo de venda da fita cover tape de selagem. Então, a gente apresenta hoje o Diesley, a solução completa para o cliente. E aí, no mar de diversas opções de solução, a gente tem, desde a solução, que o cliente vai receber o material 100% enfitado, ele vai receber 100% enfitado, inspecionado, identificado, ele vai receber somente os insumos para ele fazer nas máquinas dele ou no processo que ele preferir. E tem cliente nosso, o Diesley, que é curioso, ele faz dentro da fábrica dele o processo, ele só compra os insumos para a gente, mas, de vez em quando, ele liga para a gente e fala, EPS, estou com... preciso de uma ajuda.
Esse é o cliente que a gente quer estar próximo. Então, a gente hoje tem um departamento técnico que também pode atender esse telefone, atender o cliente por telefone, por e-mail, presencial, para garantir o quê? Que a forma como ele está fazendo o processo de selagem é adequada.
Diesley: Correto. Bacana. Guilherme, a gente viu aí, então, uma gama de soluções que a EPS traz, desde a parte de gravação, a parte de enfitamento, baking, vimos também, a parte de desenvolvimento de soluções de tecnologia, fornecimento de carrier tape, de fita de selagem, enfim, uma gama de produtos e serviços que a EPS pode fornecer. E o legal é de ver que a evolução da indústria, nesse caso, ela começou tudo com o manual. Tinha lá a pessoa, uma gravadora manual, fazia tudo pontualmente, cada componente, manual, pouco tempo de gravação, o tempo de gravação foi aumentando, foi necessário, então, a automação desse processo. E aí, com essa automatização desse processo, foi possível trazer toda a parte de gravação automática e, realmente, uma solução bastante completa para poder chegar em bons níveis de produtividade e qualidade na montagem de placas para seus clientes.
Guilherme: Sabe de uma coisa, Diesley? Eu vejo que tem duas grandes tendências. Às vezes, a EPS consegue apresentar excelentes soluções que atendem os clientes e atendem o mercado, mas o mercado é soberano.
Então, as tecnologias hoje estão mudando de forma avassaladora. A gente está conversando aqui agora, e a gente falava antes do podcast sobre a inteligência artificial, o impacto que ela tem hoje na indústria eletrônica. Então, essas coisas não eram previstas há 10 anos, da forma como a gente vê hoje. Por que eu digo isso? Porque, muitas vezes, hoje, o cliente traz presente para a gente um desafio. E esse desafio, às vezes, não é do cliente. É do mercado final. É o consumidor que fala para ele.
Diesley: É o consumidor. Porque, hoje, todo mundo quer comprar um carro, pelo menos com Android Auto e com Apple CarPlay, para poder ter um pouco mais de conforto, ter o ar-condicionado ligando pelo celular, até cafeteira. Enfim, pode ser tudo automatizado. Esse nível de exigência realmente vem dos clientes.
Guilherme: O que eu vejo hoje, Diesley, em relação às mudanças do mercado e às exigências do cliente? Primeiro ponto. O cliente está extremamente mais exigente. O cliente tem muita opção. Então, o cliente, hoje, quer uma opção de altíssima qualidade, preço competitivo e de entrega rápida. Exatamente.
É o que o cliente quer. São três pilares, hoje, básicos. E aí, quando você desce alguns pilares lá, algumas coisas são inegociáveis. No passado, a qualidade... A gente falava ali da gravação manual. A qualidade era exigida, mas o processo era manual. Então, veja bem. Como equalizar isso numa balança? É um desafio muito grande. Então, hoje, não. Hoje, o processo com máquinas automáticas requer 100% de qualidade. Qualidade é inegociável. E o mercado é soberano no seguinte aspecto. Você peca na qualidade. Você topa, às vezes, trabalhar com um fornecedor que é menos exigente. Talvez você vá pagar, hoje, o pênalti de um recall. De ver a sua marca num jornal ou de ter que recolher peças. E, hoje, um recall é praticamente inegociável. Ele pode levar a empresa num processo de recuperação judicial.
Diesley: Sim, sem dúvida. Principalmente, se o volume for muito alto. E, por falar em volume, qual é o volume que a EPS, aqui no Brasil, está trabalhando de componentes? O que você pode passar para a gente em questão de tamanho? Para a gente poder entender um pouquinho melhor de como a EPS participa do mercado.
Guilherme: Perfeito. Hoje, a EPS tem mais de 10 máquinas automáticas no Brasil para processo de gravação e enfitamento. E essas máquinas, hoje, têm capacidade de fazer, em média, de 2 a até 4 milhões de componentes por mês em gravação e enfitamento.
Então, hoje, nós estamos tecnicamente capaz. Temos, hoje, volumes para atender grandes indústrias. Então, hoje, quando você olha o portfólio da EPS, a gente tem muito orgulho de, talvez nessa sala de podcast que a gente tem aqui, eu vejo dois ou três clientes nossos que têm produtos de altíssima qualidade no mercado. Então, hoje, a indústria que a gente atende, ela tem essa característica. São altos volumes. E a EPS, hoje, está pronta, não só tecnicamente, mas também em termos de máquinas.
Diesley: Poxa, Guilherme, muito legal passar por todo esse histórico, essa evolução da indústria nos últimos anos e avaliar, ver como que a indústria, a EPS, pode auxiliar a indústria eletrônica neste momento, não só com todos os serviços, mas também com todos os produtos. E a gente tem visto, nesses últimos anos, também, um assunto muito forte, que é com relação à segurança da informação. O que você acha que isso impacta, hoje, nos dias atuais, para as indústrias eletrônicas?
Guilherme: Vai. Eu vejo alguns desafios que... A gente fala da guerra que tem hoje de componentes eletrônicos.
Hoje a maior empresa de produção de componente eletrônico está em Taiwan, que é a TSMC. E hoje tem essa guerra entre Estados Unidos e China e isso mudou o mapa do cenário mundial de eletrônicos. Tem uns números. Aproximadamente 90% de todos os componentes eletrônicos do mundo eram feitos na Ásia. O que os Estados Unidos começaram a fazer? Movimentou isso, trazendo algumas indústrias de volta para os Estados Unidos. Mas é um movimento lento. A gente fala que montar uma fábrica de componente eletrônico hoje se estima de dois ou três anos. Mas o que vai acontecer? Vai ter um movimento saindo da Ásia e indo para os Estados Unidos. Esse é o primeiro grande movimento que ele vai afetar desde a formação de novos engenheiros, processo de contratação de mão de obra, leis nos países. Então a gente teve um grande pacote de 500 bilhões nos Estados Unidos aprovado para movimentar essa indústria. E o Brasil fica ali geograficamente num território interessante. Porque veja, a gente tem a Ásia de um lado, Estados Unidos aqui do outro. A Europa tem uma guerra acontecendo ali, mão de obra muito cara.
Você desce aqui um pouco e nos Estados Unidos tem México. México hoje tem um processo de industrialização de quase tudo que nos Estados Unidos é feito ali. Mas um pouco tem a América do Sul e tem o Brasil. Veja, o Brasil hoje tem mão de obra qualificada, tem muita matéria-prima, está próximo dos Estados Unidos, que é um dos maiores mercados consumidores de eletrônico. Então o Brasil hoje tem um desafio específico que é o quê? Discutir o processo de fabricação de componentes eletrônicos. E a gente olha a história de 10 anos aqui, está sendo discutido, mas com muita dificuldade de evoluir, por muitas razões. Então acho que o Brasil agora está no momento certo. E à medida que evoluir e começar uma produção, seja back-end ou front-end, acho muito mais provável ter back-end aqui no Brasil, onde está esse ecossistema que vai fomentar e atender isso? Hoje a EPS está pronta. E não adianta só dizer que a EPS está pronta, tem que ter um ecossistema, não é um sistema só. Então hoje a EPS está pronta, é uma solução.
Então acho que o Brasil vai passar por esse desafio, e aí a gente tem os governantes discutindo isso, a iniciativa privada de um lado, acho que vai ter que ter um equilíbrio na balança hoje para decidir o que vai acontecer, mas o Brasil precisa se posicionar. Acho que tem esse grande desafio acontecendo, a EPS vai estar pronta hoje para atender, mas acho que tem outros desafios também. Eu acho que o desafio é os produtos ficarem mais eletrônicos, mais conectados, e a eletrificação. E a gente é impossível não falar dos carros elétricos. A conectividade também. A conectividade, não é, Diesley? Você vê hoje os carros estão conectados, estão rastreáveis, estão seguros, estão elétricos. Apesar da discussão se vai ser elétrico, vai ser híbrido, a gente sempre discute isso, mas isso está acontecendo. Então hoje o Brasil está descentralizando as suas regiões. Você vê ali a BID indo para uma região específica do Nordeste. No passado existia um polo automotivo muito forte em São Paulo. Hoje você vê parte desse polo automotivo de duas rodas lá no Amazonas. Você tem Honda, Yamaha e os outros players de duas rodas.
Você tem aqui para o Sudeste os quatro rodas, mas agora... No Sul também tem algumas indústrias automotivas. Bem lembrado. Você conhece bem algumas delas, mas no Sul também tem. Então você vê que hoje a indústria automotiva no Brasil, as indústrias estão escolhendo para onde ir. No passado havia talvez uma detenção de território específico, hoje não. Ela fala, eu vou vir para cá e o governo tem que oferecer as melhores condições. Eu vou para onde tem uma condição boa fiscal, financeira, mão de obra, logística. Então a indústria já vem com esse pacote de competitividade. Então o Brasil vai ter que se adequar a isso. Então acho que os territórios vão ficar ali talvez mais prontos para esse ecossistema.
Diesley: Legal demais, Guilherme.
Duas perguntas para a gente poder finalizar aí. Claro. A primeira, a gente está falando dessa adequação do Brasil, os desafios do Brasil para poder se adequar ao mercado mundial. Mas dentro do Brasil a gente tem logísticas e pontos diferentes, tributação diferente. Por exemplo, em Manaus é uma coisa muito focada de indústria de tecnologia, mas está ali, tem uma floresta amazônica em volta. E temos também, fora de Manaus, temos o resto do Brasil. Como que a EPS está se planejando para atender essas duas regiões?
Guilherme: Eu tive a oportunidade de, esse ano, receber a CIAM, que é o Centro das Indústrias do Estado do Amazonas, na EPS Unidade de Manaus. A gente teve uma conversa de altíssimo nível e qualidade sobre logística. Manaus tem hoje todo o sistema logístico pronto, seja aéreo ou hidroviário, para atender as indústrias que lá estão. Então, hoje, qual é a estratégia de valor da EPS? É estar naquela região. Então, hoje, nós temos uma fábrica, você teve a oportunidade de conhecer, de altíssima qualidade, máquinas automáticas, um time de engenheiros, técnicos, de atendimento ao cliente, para quê? Para ter autonomia local. E aí, quando a gente olha o Brasil de novo, o Brasil é extremamente território gigantesco, cabe talvez ali meia Europa aqui dentro, a gente observa, vindo para o sudeste, onde nós estamos hoje. Estamos geograficamente em São Paulo. Qual é o grande objetivo de estarmos em Americana em São Paulo? É atender a região da Grande São Paulo de forma rápida, estou falando de 24 horas, e também está muito próximo do sul. O sul hoje tem IBRs que funcionam, então, de forma rodoviária, ou seja, competitiva, a gente também atende o sul do país. Próximo ao aeroporto também. Próximo aos aeroportos. Veja, temos hoje a opção de os clientes trabalharem com a gente aéreo. Então, às vezes, urgências vão acontecer. A gente sabe disso. Nossa fábrica está pronta para receber, então tem o transporte aéreo. Tem o transporte rodoviário, que hoje é um custo-benefício bom e funciona bem no Brasil. Para alguns clientes que já trazem material direto da Ásia, eles podem fazer o processo hoje de liberar esse material. E ao invés de receber na indústria deles, se for desejo deles, pode enviar direto para a EPS. A EPS já faz o que tem que ser feito em termos de serviço, seja uma gravação, um envitamento, uma reembalagem, etc., e já manda para o cliente. Então, essa logística, hoje, a gente procura participar, está muito próxima dela.
Diesley: Legal, Guilherme. E para finalizar aí o nosso podcast, olhando ainda também como os desafios para os próximos anos, que eu acho que isso vai impactar, pode impactar bastante, é com relação à tributação. A gente está falando aí de um novo planejamento tributário. Como que você enxerga isso para as indústrias eletrônicas, para as empresas de tecnologia no Brasil para os próximos anos?
Guilherme: Diesley, eu tenho algumas opiniões sobre como a tributação pode ou não impactar. E é interessante a gente falar de tributação, porque às vezes a gente está aqui no Brasil e somos convidados a dizer que a tributação no Brasil é sempre complexa, é difícil. Mas, às vezes, eu converso com o México e também tem algumas características que deixam eles pensativos. Estados Unidos não é muito diferente a algumas partes da Ásia. Então, o que eu quero dizer, eu acho que os países têm suas características tributárias. Eu acho que, independentemente do que vai acontecer, o que a EPS tem como estratégia? Acompanhar o movimento e estar próximo do cliente. Porque, no final das contas, o cliente, hoje, vai dizer para a gente onde devemos estar. E é nosso desejo que está próximo do cliente. Por exemplo, lá em Manaus, nós estamos, talvez, dos 3 ou 4 maiores clientes de Asda. É uma distância de 10 minutos de carro. Então, aqui em São Paulo, também estamos estrategicamente próximos de cliente. Então, para o cliente e para a gente, isso é importante. Mas eu vejo que a gente vai acompanhar o movimento que acontecer. Então, eu quero tranquilizar as indústrias. E algumas indústrias têm esse movimento muito rápido. Mudou uma alíquota em um determinado estado e, talvez, esteja mais benéfico no outro. É uma decisão de milhões. Ela vai acompanhar. E alguns clientes perguntam, EPS, onde você vai estar nesse desafio? E a resposta que eu trago é sim, vou estar próximo de você. Então, hoje, a EPS tem esse valor estratégico de estar próximo dos clientes, independentemente do desafio que aconteça.
Diesley: Bom, pessoal, esse foi o nosso primeiro episódio de podcast da EPS, falando um pouquinho sobre o mercado da indústria eletrônica no Brasil. Nós trouxemos aí um pouquinho falando sobre os principais desafios e as soluções encontradas pela indústria aqui no Brasil. Quero agradecer, Guilherme, mais uma vez, por sua presença e por toda a sua colaboração. Foi excelente estar aqui contigo.
Guilherme: Obrigado, Diesley. É sempre bom a gente conversar esse primeiro episódio. Espero que venham mais desses, porque é um tema relevante, é um tema gostoso de falar, é o que a gente vive no dia-a-dia, e é um tema que a gente traz oportunidade dos clientes se prepararem também para os próximos desafios que estão vindo. Então, eu agradeço a todos e espero estar no próximo episódio.
Diesley: Está convidado já. E deixa também o seu contato para quem quiser procurar a EPS, quiser saber um pouco mais sobre os produtos e serviços.
Guilherme: Perfeito. Somos fáceis de serem encontrados. Então, hoje, a EPS tem duas grandes unidades, uma em Manaus, no estado dos Amazonas, outra aqui em São Paulo, na cidade americana. Estamos no LinkedIn, então, EPS Programming. Eu estou no LinkedIn, basta digitar Guilherme Avelino, não vão aparecer vários. Podem me achar lá também. Tem a nossa página direta, que é www.epsprogramming.com. E lá vai ter os contatos não só daqui do Brasil, mas também o contato de todas as unidades do mundo inteiro.
Diesley: Excelente, Guilherme. Muito bom estar contigo durante essa participação. Já está convidado para o próximo episódio. E muito bom estar contigo também, compartilhar com vocês que assistiram até o fim este episódio, o primeiro episódio do nosso podcast da EPS. Muito obrigado por sua audiência e nos vemos na próxima. Até mais.
Guilherme: Até mais, pessoal.